19.4.24

Gol do Grêmio

Não entendo o chororo de alguns em relação à saída de Grando do Grêmio. Nunca foi unanimidade no gol, e nunca se garantiu debaixo da goleira para que se tornasse inquestionável. O torcedor gremista precisa parar de ser tão chato, nem todos, é claro.

Desde quando apareceu, o então Chapecó, até foi bem em alguns jogos. Foi Felipão quem o promoveu. Antes dele, Brenno era o titular e perdeu a vaga quando embarcou para as olimpíadas, e quando retornou, não recuperou mais a posição. Grando, ex - Chapecó, havia tomado seu posto. Decisão do treinador, e na minha opinião, escolha injusta, pois Brenno deveria ter voltado naturalmente ao gol. Vivia ali o seu melhor momento. E a partir daí, o Grêmio foi quem mais perdeu com isso. Pois a vaga ficou aberta, e a indefinição do arqueiro titular culminou com o rebaixamento do Grêmio, coisa que marcou a carreira e o lombo de ambos. E a torcida se dividiu.

Passou um ano, a segundona inteira, sem que a posição tivesse um dono. Veio a primeira divisão novamente, e o gol gremista ainda era uma grande incógnita. Neste tempo todo, passaram pela casamata tricolor 4 treinadores. Felipão, Mancini, Roger e por fim o Renato. Este último, puxou Adriel. Surpreendendo todos. Uma pena que rapaz se perdeu na curva, e aí um prá lá e prá cá infernal tomou conta da goleira gremista. Grando tornou-se titular. Com muitas dúvidas. E o Grêmio, no ano da volta à primeira divisão, tomou mais de 50 gols. Conseguiu levar mais que o segundo rebaixado de 2023. E nessa altura do campeonato, Brenno havia sido negociado e chegou o Caíque. Com boa passagem pelo Ypiranga, e só. Mas isso serviu para que tomasse a vaga de Grando, pois este estava sendo fritado jogo à jogo. Caíque apareceu bem. Mas não conteve a hemorragia. Para muitos, nem deveria ter vindo.

Veio o 2024 e outro goleiro. Agora vai, só que não! Na minha opinião, tal contratação supera a de Dida e Tavarelli. Mais um veterano goleiro com largo currículo, mas que não agrada todos. E não agradou porque o Grêmio seguiu vazando. E a indefinição no gol prossegue. Isso é o pior. Caíque e Marchesin. Marchesin e Caíque. Outra vez aquele pra lá e prá infernal numa posição mortal. Pode até ser que essa saranda de gols sofridos ao longo do tempo não seja culpa apenas dos arqueiros que aqui passaram e estão. Em partes concordo com isso, mas tenho para mim que uma boa fatia deles, poderiam ter sido evitados. Foi muita catação de borboleta! Mas uma coisa é sabida. Jogador de futebol precisa de ritmo e sequência, ainda mais quando não é um fora de série. Precisa ter moral elevada e além do mais, demonstrar em campo a sua autoconfiança e não pestanejar quando deixar a meta. De dar um bote.

E cá estamos outra vez. Quase maio, e mais um novo goleiro chega. Pior que o sujeito sequer fardou e já é visto como um Judas por muitos. Eu não gostei de Marchesin, mas esperei jogar para falar. Credo. Para mim, tal negociata, não muda o cenário. O Grêmio segue sem ter um goleiro que possa chamar de titular. A princípio, pelos últimos jogos, Marchesin retomou a casinha. A 1 já era dele. Não me agrada, nunca agradou, diga-se. Mas, pelo visto, com um sistema defensivo mais robusto (não com um 5 furador de bola), pode ser que Marchesin mostre a que veio. Não para mim, mas para o Grêmio!

27.3.24

Gohan e o Grêmio

No começo do mês morreu o Akira. Autor de Dragon Ball Z. O verdadeiro namekuseijin criador das esferas do dragão. A morte do autor percorreu o mundo, na velocidade da nuvem voadora, sete dias depois. É assim lá no Japão. Nas redes sociais, o Grêmio prestou uma bonita homenagem inclusive. E os amantes de animes choraram a perda, pois sabemos que Shenlong nunca mais reaparecerá para revivê-lo.

Em Dragon Ball, todos sabem que o personagem principal é Goku e que na teoria é o mais forte e poderoso. Porém, ele mesmo frisou que o mais poderoso sempre foi Gohan. Mesmo a contragosto de todos os demais. Só que o primogênito nunca fez questão de demonstrar seu verdadeiro poder, a sua força, exceto, quando colocado em xeque por seus inimigos. Pois vejo aí, uma certa semelhança entre o personagem Gohan e o Grêmio. Pode até parecer lorota, mas não é. 

Durante alguns momentos de sua história e com muita força (por muitos desconhecida), o Grêmio ergueu-se das cinzas e provou ser o melhor e o mais temido “personagem”. Por outras vezes, a exemplo de Gohan, foi superado pelo excesso de confiança. Mas nunca, jamais, se deu por vencido. Vale o mesmo para a sua torcida. Não há placar ou situação adversa, que a cale. Basta ver, com bons olhos, os recentes acontecimentos. Do ápice, o Grêmio mergulhou no mais profundo limbo, mas como um grande guerreiro, devido a resiliência e teimosia da sua gente que é o seu maior poder “oculto”, que renega a morte todas as vezes em que ela acontece, a imortalidade vem à tona. É como que se o clube tivesse sempre ao seu lado o dragão Shenlong.

Este ano, em 2024, pela sétima vez seguida o Grêmio disputará a final do rural. O rural está longe de ser um grande “adversário” a ser batido, talvez um Kuririn, para o Gohan. Mas por hora é que o “torneio de artes marciais” oferece. Resta vencê-lo, lutar por isso. Mas pior mesmo é a situação de um outro personagem desse “anime”. Pobre Vegeta... Sempre pomposo e arrogante, o grande “príncipe dos sayajins”, o “campeão de tudo”, invencível, capaz de fazer pactos até com os demônios (leia-se F.G.F./C.B.F.), acabou ficando pelo caminho e outra vez não será capaz de vencer, nem mesmo, o Kuririn. Pois é. O Vegeta sempre se apresentando. 

Quanto a Gohan, depois do Kuririn, terá outra vez pelo caminho um poderoso oponente. Não se trata de um Boo, última versão, pois alguns “personagens” (inclusive o Vegeta) estão fora do principal “torneio de artes marciais” do nosso território. Um Cell, talvez. E se tudo der certo, enfrentaremos todas as dificuldades sem temer e se preciso for, faremos de um tudo, uma genki dama, para conquistarmos a quarta estrela da América. 

Nunca duvidem de Gohan. Do Grêmio e da sua gente.

21.3.24

A bolha de cada um

O planeta é uma grande bolha se visto de fora. Dentro dele, existem outras milhares de bolhas. Quando criei a minha, ou seja, este micro espaço atômico de letras, eu não moderei uma única vírgula, querendo de algum modo, ser "ouvido/lido". O momento não era dos melhores. Tanto interno, quanto externo. E até paguei a plataforma para ter um domínio único. Deu em nada, é claro. Quando caí em si, ou na real, pude enxergar a quantidade de bobagens que escrevi por aqui no passar destes anos. Dito isso, um bom amigo meu, jornalista, me disse que qualquer tipo de escrita deve ficar de molho por no mínimo, vinte e quatro horas, antes de ser publicada. É o tempo de cura. Passado este tempo, o pai da criação, deve reler a sua cria para que possa extrair dela todas as "impurezas" a fim de transformá-la de fato numa boa escrita.

Só que neste tipo de bolha é bastante difícil conter os nervos. E aquele tempo de cura, bastante necessário e útil quando a paixão/fanatismo está em jogo, muitas vezes, é atropelado. Aí é melhor sair da frente mesmo. A raiva toma conta e para que eu não caísse mais na tentação "de dirigir sem freio" larguei a minha própria bolha às traças, me mantendo noutras de "maior" repercussão. Porém, nestas, foi preciso digerir distintos pontos de vista e até tive sucesso nisso, mas chega uma hora que nem a mais pura Olina é capaz de dissolver certas coisas.

Novamente habituado à escrita, me sinto mais polido para "charlar" sobre o que acredito. É direito dos demais, discordar, pois toda unanimidade é burra por si só, porém, "aqui sou intocável, invencível" (contém ironia). E é o que todos fazem se formos analisar ao pé da letra  e a bolha de cada um se torna a sua verdade absoluta e a sua maior proteção. É por tal razão a existência de tantos canais, páginas, etc.. uns pagos, outros não sobre determinados assuntos. O futebol é um desses.

E para quem vive diretamente dele, tem como principal objetivo, a vitória! Mesmo assim, se sabe, que ela não é uma certeza. É por isso que se perde e se empata. E grande parte dos que vivem indiretamente do esporte bretão não concordam com a premissa e somente a vitória é o que interessa. E mais: a vitória deve ser convincente! Precisa atender a crítica. A disputa sem conquistá-la se torna chata. 

A partir deste ponto se iniciam os debates. Sobre o que está certo ou errado; o desempenho vale mais do que o resultado, e aquilo que acredito ser o certo, pode ser considerado errado para outro e vice-versa. Ganhou, mas tá ruim. Perdeu, mas jogou bem. 

Logo, chegar à um denominador comum, se torna impossível, pois no final das contas, o que todos querem é que a opinião própria seja levada em consideração e sendo assertiva ou não, deverá prevalecer sobre as outras e aí entra em cena o seguinte cenário: se nove homens concordam com qualquer coisa que seja e estão certos daquilo, é dever do décimo, discordar. Vai ver é por isso que a cada novo dia nasce uma nova bolha.