6.12.23

Sobre Lucho, o que não vou contar aos netos...

Suárez e Renato! Que dupla. Que dupla!

O que vivi na última semana vou me lembrar até o meu último suspiro. Ao contrário dos memes, eu não contarei aos meus netos, com os olhos marejados, como é que foi ver o Lucho jogar no Grêmio, pois eu não terei filhos para que venham os netos. Não importa. Vou contar para quem quiser saber. Até pros meus cachorros, os felinos da casa. Os piá da rua, o gari, o caixa do supermercado... quem queira saber. Eu vi! Eu vi! E foi demais! Um sonho, por Deus, parecia um sonho daqueles que a gente não quer que acabe, mas que acaba... e é preciso aceitar isso. Eu confesso que tinha um pingo de esperança de ele ficaria e não fiquei até o final para ver as homenagens. Não vi o adeus... eu preferi guardar na memória apenas as alegrias deste curto devaneio. 

Quinta-feira, cuidei um pouco do jogo, mais ainda da véinha... Que aguentou os mil km, o jogo todo em pé, a base de injeção para dor. Mas ela viu. Ela aplaudiu. Ela vibrou! "Lutou" com os pequenos na Arena por um lugarzinho bem na "mureta". Tanto que queria voltar no domingo. Eu segurei a onda dela. E antes mesmo da quinta-feira, eu já havia comprado o ingresso para domingo. Ninguém sabia. E eu precisava, de algum modo, arrumar mais um alvará com a patroa. "Poxa, Rodrigo, de novo? Outra vez? Mas tu acabou de voltar de lá..." - a resposta que eu dei foi rasa, mequetrefe quase: é que fui para levar a mãe... E isso não deixa de ser verdade. Mas eu precisava voltar. Eu precisava deixar na Arena, na última aparição do homem, todo o meu alento. O meu agradecimento. E das cadeiras do gramado, isso não foi possível. E eu consegui o alvará...

E no domingo...

Por alguns instantes eu me senti no Velho Monumental. E 15 anos mais novo. Sem voz, é verdade. Não importou. Eu não vi o jogo. Não vi um mísero segundo da despedida de Luis Suárez. Não vi o gol. Eu não vi nada. Mas deixei tudo lá. A alma. O que sobrou da voz. E quando começou a chover eu saí porta a fora. E sozinho lá fora ouvi os aplausos. O cântico! "É tricolooor, é tricooolor, Luis Suárez é Matador!". Foi uma loucura. E então, eu despertei do sonho.